História
Para se ter uma visão da origem histórica da Região Episcopal Sant’Ana é necessário saber, em linhas gerais, a história da Arquidiocese de São Paulo, já que a ela a Região Santana está subordinada e dela foi originada.
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Com a missa celebrada pelos padres jesuítas, em 24 de agosto de 1551, na localidade que originou a cidade de São Paulo, o Pátio do Colégio, tem início a história da Arquidiocese de São Paulo.
Quando São Paulo possuía cerca de 150 pessoas, o padre Bartolomeu Pereira pedia insistentemente a construção de uma igreja e a presença de um sacerdote. Esses reclamos só foram atendidos em 10 de agosto de 1558, quando foi criada a Paróquia de São Paulo, e seu primeiro vigário, padre Lourenço Dias Machado, tomou posse no dia 31 de agosto do mesmo ano.
Durante anos, os jesuítas tiveram bastante influência na ação evangelizadora de São Paulo, mas no século 17, perseguidos por defender os direitos humanos dos índios, os jesuítas foram expulsos pelos colonos que exploravam os aborígenes, gerando uma crise que só iria findar no século 18, quando foi criado o bispado, pela bula “Candor Lucis Aeternae”, no dia 6 de dezembro de 1745, pelo papa Bento 14.
Até então a Igreja de São Paulo havia pertencido à Diocese de São Salvador, Bahia (de 1551 a 1575) e à prelazia de São Sebastião do Rio de janeiro (de 1575 a 1676) e, em seguida, à Diocese do Rio de janeiro, até 1745.
O primeiro bispo de São Paulo foi dom Bernardo Rodrigues Nogueira, que tomou posse no dia 8 de dezembro de 1746 e, logo em seguida, criou a primeira paróquia: Nossa Senhora da Penha.
A Diocese naquela época abrangia os atuais Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o território mineiro que corresponde, atualmente, à Arquidiocese de Pouso Alegre.
No período que vai desde a instalação da Diocese em 1745 até 1968, São Paulo foi passando por desmembramentos desses territórios em vista da criação de novas dioceses, até chegar a atual área, parte da cidade de São Paulo.
Desde 1746 a 1908, São Paulo teve 13 bispos. A Diocese de São Paulo foi elevada a Arcebispado pela bula “Dioecesium nimiam amplitudinem” de Pio X, no dia 7 de junho de 1908. Em 18 de novembro de 1946, a Arquidiocese de São Paulo foi elevada a sede cardinalícia.
Estrutura de Uma Região Episcopal
Falando em termos genéricos, uma Região Episcopal é quase uma diocese, como vem descrito no decreto do Concílio Vaticano II “Christus Dominus” nº 11: É uma porção do Povo de Deus, dirigida pelo Vigário Episcopal com todo o seu presbitério.
Possui os elementos para ser ou tornar-se uma verdadeira Diocese, faltando-lhe a independência, ou seja, a personalidade jurídica própria. A Região Episcopal é interligada com a sede metropolitana e dependente da mesma, em cujo território ela existe ou está configurada.
O vigário episcopal possui amplos poderes, mas sempre delegados pelo metropolita (arcebispo).
Toda Região Episcopal está dividida em Paróquias, que por sua vez devem se unir, de acordo com a afinidade pastoral ou com sua posição geográfica em pequenos grupos, chamados de Setor (liderado por um coordenador, cada Setor possui um Conselho de pastoral do Setor).
A Região Episcopal, composta por diversos Setores, é governada pastoralmente por um vigário episcopal, que acumula as funções de bispo auxiliar e vigário geral.
Região Episcopal Sant'Ana
Criada em 11 de fevereiro de 1966 e instalada em 24 de julho de 1966, a Região Episcopal Sant’Ana foi uma das primeiras a serem criadas.
Sua área é de 162 km² e seus limites são: ao Norte pela Diocese de Bragança Paulista e pela Região Episcopal Brasilândia; ao Sul pela Região Episcopal Sé e parte da Região Episcopal Belém; ao Leste pela Diocese de Guarulhos e a Oeste pela Região Episcopal Lapa.
Atualmente possui 61 paróquias, com dezenas de comunidades. A sua Igreja de Referência é a Igreja de Sant’Ana, por razões históricas e pela facilidade de acesso.
Possui nove Setores: Santana, Tucuruvi, Tremembé, Medeiros, Vila Maria, Jaçanã, Casa Verde, Imirim e Mandaqui.
Origens da Região Episcopal
Na época de Dom José Gaspar, visando uma atuação mais eficaz numa cidade que crescia rapidamente, foi estabelecida a primeira divisão territorial da Arquidiocese com a criação no dia 13 de novembro de 1939 dos decanatos (agrupamentos de paróquias) ou vicariatos forâneos e nomeados seus respectivos visitadores.
Essa seria a origem dos atuais setores. Cada decanato tinha um decano’, que hoje chamaríamos de coordenador de setor.
Essa divisão permaneceu até 1963, quando o então Arcebispo, Cardeal Dom Carlos Carmelo Vasconcelos Motta, aplicou o Plano de Emergência da CNBB na Arquidiocese, que foi dividida em seis Setores de Pastoral, que pelo tamanho e população seriam como Regiões.
Foram criados os seis seguintes setores:
Centro - a cargo de Dom Antonio Alves Siqueira.
Sul - a cargo de Dom Vicente Marchetti Zioni.
Norte - a cargo de Monsenhor José Lafayette A. da Silva.
Leste - a cargo de Monsenhor Romeu Alberti.
Oeste - a cargo de Monsenhor João Batista de Camargo.
Interior - a cargo de Monsenhor Heládio Laurini.
Além do setor de Aparecida que ficou sob o encargo de Dom Antonio Ferreira de Macedo.
Essa divisão iria perdurar até 1966, quando o novo Arcebispo, Cardeal dom Agnelo Rossi incentivou a criação das seis Regiões Episcopais: Centro, Norte, Sul, Leste, Oeste e Jundiaí. Colocou na coordenação pastoral de cada uma delas um bispo auxiliar, com todas e faculdades previstas no direito canônico, com jurisdição delegada. Em 1966, Dom Agnelo concluiu o processo de criação da diocese de Jundiaí, instalada em 06 de janeiro de 1967.
Para dom Agnelo a maior graça recebida pela Arquidiocese foi a descentralização do governo arquidiocesano em Regiões Episcopais. Foi nessa ordem a criação dessas Regiões:
Em 1966, foram criadas:
Região Leste (agora Belém) em 17/07/66.
Região Norte (agora Sant`Ana) em 24/07/66.
Região Oeste 1 (agora Lapa) em 04/12/66.
Entre 1967 e 1968 seriam criadas as demais Regiões: Rural (extinta atualmente), Sul (agora diocese de Santo Amaro), Centro (agora Região Sé) e Oeste 2(agora diocese de Osasco).
Com a nomeação de dois bispos auxiliares para São Paulo, foram estes designados para as duas primeiras Regiões episcopais: Dom Bruno Maldaner assumiu a Região Leste e Dom Paulo Evaristo Arns a Região Norte, posteriormente denominada de Sant`Ana.
No início, havia uma única Cúria e um vigário geral. Estava estabelecida uma experiência pioneira no Brasil. As regiões fora subdivididas em Setores.
Com a nomeação de Dom Paulo Evaristo para arcebispo de São Paulo, ele colocou à frente de cada Região um bispo auxiliar e estabeleceu a criação de Cúrias regionais para facilitar o acesso do clero e dos fiéis.